João Zwetsch é considerado por muitos o melhor treinador da carreira de Thomaz Bellucci. O próprio jogador já declarou que é com o técnico gaúcho que ele chega ao seu melhor nível de tênis. E foi a partir disso que o capitão brasileiro na Copa Davis conversou, nesta quarta-feira, com os jornalistas presentes ao Rio Open sobre o momento do seu pupilo, depois da grande vitória na estreia, sobre Kei Nishikori.
Inicialmente, ele falou sobre a situação inusitada de presenciar um confronto entre dois jogadores com os quais tem um grande contato, já que Thiago Monteiro, adversário de Bellucci nas oitavas de final, treina na Tennis Route, no Rio de Janeiro, coordenada por Zwetsch:
“Agora é cada um por si. Já falei com o Duda (Matos, técnico de Monteiro): fica de um lado, eu fico de outro e vamos que vamos (risos). Esse é um jogo em que novidades não existem. Os dois se conhecem muito bem, treinam há muito tempo juntos e tem tudo pra ser um grande jogo. O Thiago crescendo muito, com muita competitividade e o Bellucci com a vantagem da experiência nesses grandes jogos.” afirmou.
João também falou da vitória de Bellucci diante de Nishikori e o que espera do seu jogador daqui pra frente:
“Quando o Thomaz está em condições de jogar o seu melhor, ele pode ganhar de um Nishikori, como ganhou ontem, sem fazer uma grande partida. Até jogou outras partidas melhores que essa, mas jogou correto. Fez umas besteiras, que faz parte, sentiu um pouco a ansiedade, mas logo voltou, recuperou a superioridade e transformou isso em uma vitória. Essa é nossa busca, fazer com que ele tenha consistência. Uma vitória dessa sempre dá uma motivação maior e espero que esse ano sirva pra que ele crie um ambiente de consistência, que é o que a gente espere de um jogador com o potencial do Thomaz.”
O aspecto mental de Bellucci é questionado muitas vezes e o técnico – que ajuda seu comandado com trabalhos de respiração com base em Yoga – frisou que, antes de tudo, tudo depende muito mais do jogador em quadra:
“A gente cria as condições. Dentro da quadra, ele que tem que ter a percepção, a paciência, a serenidade, até certo ponto, pois a ansiedade, tensão, sempre estão presentes, não tem como evitar isso, mas não podemos deixar que isso se descontrole. E quando ele consegue fazer isso, o potencial dele começa vir à tona muito rapidamente.” disse o gaúcho.
A preparação física foi outro ponto trabalhado durante a pré-temporada e mudanças importantes foram feitas para elevar o nível apresentado por Bellucci:
“Mudamos até o preparador físico, agora estamos trabalhando com o Alex Matoso, há uns dois meses. Não é questão de ser melhor ou pior, mas linhas diferentes de trabalho. É assim mesmo. O que temos que compreender é o que melhor se adapta para as necessidades de cada indivíduo e isso que estamos buscando pro Thomaz. O trabalho anterior vinha sendo feito, mas percebemos que a linha de trabalho começou a ficar limitada pras necessidades dele. Então, resolvemos mudar. Eu não sei se poderia ter sido feito antes ou não. A gente apostou no trabalho que vinha sendo feito e não conseguimos colher o fruto que a gente gostaria e, agora no final do ano, fizemos algo diferente. Tomara que tenha sido feita (a mudança) na hora certa.” concluiu.