Trocar o circuito profissional, onde alcançou a posição de número 1 do Brasil e 186ª do mundo, pela vida universitária nos Estados Unidos, esteve longe de ser uma jornada frustrante para Jenifer Widjaja. A tenista de 25 anos concluiu em três anos e meio – um semestre antes do previsto – a graduação em Finanças e Economia na University of the Pacific, localizada na Califórnia e com aproximadamente 6 mil alunos, com a intenção de alcançar seus objetivos em um nova carreira.
“Não considerei um choque (abandonar profissionalmente o tênis), deu para continuar competindo e me sentir realizada”, conta a ex-campeã de 7 torneios ITFs. De volta ao Brasil após a universidade, ela foi aprovada em diferentes processos seletivos, entre eles na multinacional de consultoria Ernst & Young, com escritório em São Paulo. “A universidade me preparou muito para o mercado de trabalho, sempre gostei de estudar e lá nos Estados Unidos eu me esforcei ao máximo”. Desde então, Widjaja tem atuado, dentro do departamento financeiro da E&Y, como consultora na área de Melhoria em Perfomance.
Trajetória premiada
Nas três temporadas que percorreu os torneios universitários, Widjaja foi eleita pela University of the Pacific como a atleta com melhor desempenho acadêmico e esportivo entre todas as modalidades existentes na instituição norte-americana. “Sai de lá com meu objetivo cumprido, sabendo que eu fiz o meu melhor e aproveitei a oportunidade da melhor maneira possível”, avalia. A paulista ainda conquistou por duas vezes o título de melhor jogadora da Conferência Oeste, al&ém de ter sido escolhida para representar sua universidade na premiação que engloba os melhores estudantes da região oeste (Big West Students Award).
Aprendizado das quadras
A maturidade obtida ao longo dos 6 anos que esteve no circuito profissional foi um aprendizado útil na adaptação ao ambiente de trabalho. Widjaja compara a rotina de um escritório com os momentos proporcionados em uma partida tênis. “É como no tênis: você precisa treinar, adquirir experiência e descobrir que pode melhorar todos os dias. Você encara o mercado de trabalho como se estivesse indo para um jogo. No momento da dificuldade, você pensa como se fosse uma partida. Tudo isso exige força de vontade, dedicação e equilíbrio”, responde.
Mercado de trabalho busca os tenistas universitários
Quem reforça as palavras de Widjaja, de que jogadores de tênis e outros esportistas são candidatos com características diferenciadas no momento de seleção e entrevistas, &é o próprio diretor executivo da Ernst & Young, Amauri Uono. “A grande diferença de um tenista, dentro do nosso ambiente de trabalho, &é o comprometimento diante dos desafios oferecidos. Eles têm mais garra para fazer as coisas, al&ém de conseguirem achar soluções com maior facilidade”, analisa.
*Reportagem da edição 118 de Tennis View.
(fotos: Arquivo Pessoal)