Aos 23 anos, Vivian Segnini decidiu que sua carreira como tenista está encerrada por falta de dinheiro. A dura decisão da atual número 3 do Brasil foi tomada nos últimos meses, mas concretizada esta semana.
Não &é pelos resultados ao longo da carreira que tal escolha foi feita. A paulista alega dificuldades financeiras para honrar todas as despesas que o circuito feminino exige, embora ela, integrante do Projeto Olímpico Rio-2016, estivesse recebendo apoio da CBT (Confederação Brasileira de Tênis) e do IGT (Instituto Gaúcho de Tênis).
“Senti a necessidade de mudar, estudar e fazer outras coisas. Mas posso dizer que o aspecto financeiro contou muito. Eu recebia ajuda da CBT, que me pagava passagens e cobria outros custos em viagens, O IGT me ajudou bastante na parte de treinmentos, mas estava bem difícil de pagar todas as contas”, disse ela, ex-número 1 do Brasil e que deixa para trás a vida de torneios como 370ª colocada na WTA.
Para quem se considera uma pessoa que “passou a vida inteira jogando tênis” e que não pôde concluir o ensino m&édio por conta das várias competições no calendário, Vivian não tem arrependimento algum pela vida que escolheu dedicar-se. “Não tenho nenhum arrependimento das escolhas que fiz no tênis, faria tudo novamente igual”.
De momento, a agora ex-tenista profissional quer concluir o ensino m&édio e pretende dar aulas de tênis, mas o grande objetivo &é o tênis universitário. “Quero tentar uma faculdade nos Estados Unidos, conseguir bolsa. É o que eu vou tentar, mas não tenho a mínima ideia de qual curso vou prestar”.
A história se repete
Assim como Vivian, uma outra paulista ex-número 1 do Brasil tamb&ém optou por deixar as quadras ainda jovem. Jenifer Widjaja chegou a ser número 186 do mundo, mas logo cedo percebeu que o tênis não poderia lhe o nível de vida que almejava. Foi estudar Finanças e Economia na University of Pacific, na Califórnia, como tenista/bolsista e atualmente trabalha na multinacional de consultoria Ernest & Young.
“Não considerei um choque (abandonar profissionalmente o tênis), deu para continuar
competindo e me sentir realizada”, disse Widjaja.
Por Renan Justi
(fotos: Marcelo Ruschel/Poa Pressa)